Crónica da Corrida do Tejo de 2008
Como previsto quase 10000 atletas participantes na prova, dia bonito, sol radiante e céu azul. Pese embora fossem distribuídas umas pulseiras de forma a que os atletas pudessem partir de acordo como seu tempo médio o que acontece é que a distribuição da mesma é feita de forma arbitrária sem um efectivo controlo e a não ser o bem senso de alguns que, considerando que ali não é o seu lugar para partida ,cumprem embora não estejam obrigados a tal. Contrasta com aqueles que procuram nessa pretensa triagem ganhar uns lugares á frente, quebrando assim um espírito que devia estar subjacente á própria prova.
Vamos á prova dos APP, aquecimento conjunto, no largo de Algés, apenas marcado por pequeno incidente quando uma doninha escondida debaixo de uma Izuzu veio por em perigo o ar que se respirava, como já referiu, e bem, um associado. Fora isto tudo normal, apertos de última hora satisfeitos nas esquinas do Mcdonald transformado num enorme vazadouro.
Atletas na linha de partida, cumprindo religiosamente, os APP, os lugares ou pulseiras atribuídas, reuniu-se o quinteto da frente, Garrido, Matos, Nascimento, Jorge e Luís Alves, o desafio estava prestes a começar. Música a condizer vinda de alguém suspenso no ar, assim como os atletas sustam a sua respiração no momento da partida enquanto o ritmo cardíaco aumenta.
Partida e logo se percebe que ali não é fácil andar quanto mais correr, mas como se pode lá vão aumentando o ritmo. Destacam-se logo os 4 atletas numa gincana forçada por entre uma enorme massa humana, Garrido, Nascimento, Matos e Jorge . Alves numa atitude de defesa não vai logo no ritmo mais elevado, protegendo-se de eventuais surpresas. Decorridos 2 km os 4 atletas continuam juntos constata-se que o ritmo não foi de molde a permitir grandes tempos nos primeiros Kilómetros. Ao 3 km , a surpresa, Garrido de repente baixa o ritmo , ao que apurámos com algumas mazelas nas costas e uma dor na canela direita, Matos que já estava ligeiramente atrasado não reage, mas Nascimento e Jorge perante tal oferenda não se fazem rogados e começam a destacar-se , pois não desconhecem os terríveis 6 km iniciais de Garrido que costumam deixar mazelas nos adversários. Nascimento toma a dianteira no seu habitual ritmo em crescendo. Jorge vai ficando ligeiramente atrasado, Garrido parece incapaz de reagir, Matos, acusando algum cansaço, segue na cauda deste pelotão que se vai dispersando, Alves mais atrás vai gerindo a sua corrida.
Surpresas das surpresas surge um atleta APP na frente, Rocha que se tinha destacado mercê de uma boa colocação na partida e de uma boa prova, só na parte final vai ser ultrapassado por Nascimento , que até ao fim não perde o comando, e por Jorge que vai chegar uns segundos á frente do mesmo.
Feitas as contas a prova foi muito positiva para os APP, prova ainda de inicio de época e com um grau de dificuldade médio, os tempos foram bons atendendo ás circunstâncias que rodearam a partida e as várias subidas. Nota mais para José Rocha, grande prova e grande nível e ainda para o atleta que está a ser , para já, a revelação, Luís Alves, mais uma grande prova um grande tempo a demonstrar que não foram por acaso os tempos realizados nas provas anteriores, existe ali muito trabalho e cavalinha á mistura.
Nota média para uma organização que se mostra cada vez mais avara, pese embora aumente o número de atletas e consequentes meios financeiros, contudo a proporção nos apoios, ao contrário, vai descendo o nível de apoio final aos atletas. Torna-se cada vez mais evidente que a prova se destina a promover uma marca e um concelho e proporcionar um passeio pela marginal, fechada para o efeito, durante um domingo de manhã.
Começa a ser pouco apelativa para os puristas das corridas, nem a camisola Nike começa a justificar o investimento.
Os resultados oficiais encontram-se de tal forma disperso, atendendo ao numero elevado de atletas participantes, que não serão aqui colocados, podendo ser consultados no site da Corrida do Tejo.