A Ponte é uma miragem

O ano que passou e já o anterior, ou seja, 2010 e 2011 tinha jurado a mim mesmo  que não voltaria á corrida da Ponte. Cumpri o ano que passou. Teimosamente este ano de 2012 decidi voltar. Serve este post para dizer o porquê de ser uma corrida que me deixa poucas saudades, mas teimosamente volto lá.

Vamos por partes; há um aliciante, é a única altura do ano que é possivél  atravessar aquela ponte sem ser de veículo motorizado, isto é, vamos a “correr” ou a andar. Bom mas aqui começa a parte que não corresponde á verdade. A meia-maratona da Ponte é um termo um pouco ousado,porque enquanto meia-maratona está mal organizada e não sei até que ponto não terá ali um pouco (ou muito) de publicidade enganosa. Há sempre o argumento legítimo que é um passeio, mas se assim é assumam-no e não enganem quem gosta de correr, pois quem vai para fazer os 21 km gosta de correr e não de caminhar durante 20 minutos.

Porque inscrições diversas se no principío e no fim nada disso faz diferença?

A partida é vergonhosa, separados os corredores, caminheiros da mini dos da meia-maratona, dada a partida encontram-se á  frente as pessoas que vão para a caminhada, ou seja , os corredores da meia-maratona, tirando os sortudos que conseguem ficar na frente e distantes do resto, ficam entalados no meio da multidão. Correr, só dali a uns dois km. É um passeio pode-se argumentar. Passeiem digo eu, não vendam é a coisa como corrida!

Lá para meio do tabuleiro corre-se ainda com algum cuidado, mas só aí a coisa vai desanuviando. Começando a corrida, para quem o quer fazer, lá para os 4 km se começa realmente a ter a sensação de uma corrida, abastecimentos ao longo da prova q.b..

O percurso, aqui é uma opinião pessoal, não ganhou com a aquela ida quase até ao cruzamento para o Jamor. Passar junto ao local de meta e depois continuar a correr esperando que se dê a volta para trás, parece tornar o percurso infindavél e fica uma sensação de desgate que parece não ter fim.

Mas até aqui  a coisa passa, mas o problema é que os problemas não acabam. Quem como eu chega por volta das 2 horas de corrida chega ao fim e espera-o um petisco digno de realçe. De repente, 2 horas de corrida, pernas bamboleantes, boca seca e sei lá mais o quê, somos metidos numa espécie de corredor e enjaulados de tal forma que de repente estamos totalmente imobilizados e colocados no meio de uma multidão. Não temos espaço para nos movimentar, não temos uma simples garrafa de água para levar á boca, nada, só gente por todos os lados.

E isto para quê? Para nos distribuirem religiosamente um saco, a cada um, com os abastecimentos e respectiva publicidade á EDP impressa nos mesmos. No fundo temos que sofrer para levar algo que livremente deveria ser distribuído e que já chega tarde, esperemos que um dia não chegue tarde de mais.

Resumindo, neste momento não tenho vontade de voltar a fazer a prova, mas depois a Ponte volta a ser uma miragem e teimosamente volto.

José Garrido